nathanpa

cada dia um pouco mais inteligente menos burro

Uma crônica sobre gratidão

Quando eu estava na Universidade essa era a única visão que eu tinha sobre o que viria depois dela: “Esse é um problema que o Nathan do Futuro vai resolver.”

Então, aqui, está o Nathan do Futuro contando o que aconteceu.

Dizem que em toda história há um ponto de inflexão, um momento em que a história muda drasticamente de direção, onde algo novo surge. É a criação de um novo ser, uma nova visão, é quando o personagem percebe que o seu lugar não é ali, ele não se sente mais confortável da maneira que se vive.

Na história do herói, é quando ele sai de casa buscando o mundo. É quando tem o primeiro contato com o desconhecido.

Assim como o herói da história, eu recebi imensos sinais que meu caminho não era aquele, mas como toda história boa, eu me recusei a aceitar aquele caminho. Eu me mantive submetido a pressões de professores egoístas, que achavam que a única maneira de seus alunos aprenderem era sobrecarregando cada pedaço de tempo que eles tinham com assuntos inúteis.

Você passa sua vida estudando algo que não vale nada naquele momento, achando que um dia tudo vai fazer sentido.

Eu me mantive assim por 5 anos. Sem questionar, sem bater de frente e, por acaso, sem chegar a lugar nenhum. Eu sabia que a entropia do mundo aumentaria pra sempre, que o universo estava se expandindo, que o calor saía do ponto de maior temperatura e ia para o que tinha menor.

Sabia derivar, integrar e resolver equações diferenciais. Sabia calcular o fluxo de massa de uma torneira apenas com um balde e uma tabela. Em um certo momento eu soube calcular a distância entre a Terra e a Lua apenas com matemática básica, a mesma que Newton tinha acesso quando vivo.

Naquele tempo, eu parecia saber demais.

Mas, mesmo sabendo de tudo isso, eu não sabia da única coisa que deveria: depois que aquilo acabasse, quem seria Nathan? O que ele faria com aquilo tudo que sabia? Onde ele iria aplicar? Existiria esse lugar, além da mesa do bar, onde eu pudesse mostrar que até a escolha de um parafuso demanda uma imensidade da cálculos?

Foi aí que descobri que, na verdade, eu não sabia de nada.

No meu primeiro contato com o “sobrenatural”, eu li um livro. E, porra, aquele livro explodiu minha mente. Eu ainda não queria aceitar, mas aquela ideia me corroía por dentro. Por acaso, era um livro sobre dinheiro, mas foi a primeira semente plantada da árvore que está crescendo imensamente agora. O livro, foi “Pai Rico, Pai Pobre” do Robert Kyiosaki.

Livros não mudam o mundo, eles mudam pessoas. Essas sim que mudam o mundo.

O resto da história não é preciso conhecer agora. Afinal, esse é um texto sobre gratidão. Mas, resumindo, o Nathan do Futuro sabe o caminho, conheceu a humildade, foge de caminhos fáceis, admira quem deve ser admirado, faz o que ama e talvez entenda uma pequena parte do processo.

Ele é egoísta, por muitas vezes ignorante, quer impor suas opiniões para os outros sem entender o contexto, as vezes falta um pouco de empatia e muitas vezes não entende o outro.

Mas, uma coisa ainda é parecida com aquele tempo. Ele ainda continua sem saber de nada, só que dessa vez entende que é a coisa mais libertadora do mundo.

E, a cada dia, quanto mais estudo e aprendo, quanto mais me esforço, percebo que sei menos ainda. Porque, eu lembro das minhas aulas de termodinâmica: o universo é infinito e está crescendo cada vez mais. Então, querer saber de tudo é se matar aos poucos.

E por essa construção, do ser que não sabe de nada, eu estou aqui para agradecer..

O agradecimento zero, que ainda é antes do primeiro, é a Deus. Pois, ele, sei lá porque, criou algo uma visão em mim que eu agradeço todo santo dia por ter. Ele, a cada bifurcação, me trouxe até aqui e me mostra que as maiores coisas que eu posso ter estão longe de serem físicas. Nunca eu pensei que esse era o caminho que iria seguir na minha vida e estaria tão feliz.

Depois, a minha família, aos do círculo interno, os 3. Que, mesmo seguindo na contra mão do que eles pensaram pra mim, nunca deixaram de acreditar no meu esforço e batalha para chegar aonde quero. A visão deles, mesmo que retrógrada, foi essencial na minha jornada. Nas discussões e debates sobre o meu futuro, que não faziam sentido lá atrás, e agora vi que fez todo sentido para chegar aqui.

Aos meus amigos, que trouxeram amor, apoio e equilíbrio a minha vida, sempre me lembrando que eu poderia também me divertir durante a jornada. No caminho, eles são os desvios, e no final acabam sendo mais importantes do que a chegada, pois ela não existiria sem eles.

À minha companheira, minha namorada, que em nenhum momento da minha vida deixou de acreditar em mim, sempre nutrindo meu ser com o que mais importa na vida: amor.

Aos meus professores do ensino médio, que ensinavam com amizade e amor e me viram como um filho, mostrando que é possível um aluno aprender, ser amigo dos professores e se dar bem no caminho que viria ali depois. Sou extremamente grato por ter sido como foi.

À maioria dos professores que tive na Universidade, pois, através de decepção, um pingo de raiva e desapreço, me mostraram as características do mundo real, fazendo de tudo para dificultar minha vida no caminho. E depois de uma dose de mundo real, confesso que a Universidade nem foi tão difícil assim.

À entidade (não faço ideia quem foi) que me mostrou a importância da leitura. Eu só sou eu hoje em dia, devido a imensidade de livros que devorei e ainda devoro. A cada livro me torno outra pessoa e jogo um copo de conhecimento na fonte de ignorância que existe dentro de mim.

Ao Ícaro de carvalho, Pedro Sobral, Rony Meisler e minhas outras referências que não lembro agora. Todo santo dia os vi como amigos próximos, que me passavam sua mentalidade e imenso conhecimento sobre o que mais estudo agora. Me mostraram que não existe caminho fácil e que é possível trabalhar com algo que se ama.

À todos os clientes que acreditaram no meu trabalho e é assim até hoje, mostrando que é possível ter bons resultados com uma visão de longo prazo e uma estratégia a ser seguida passo a passo.

À AutoForce, empresa que me abraçou e me deu todo suporte para me tornar um bom profissional que sou hoje. Pela mentalidade, visão e conhecimento adquirido nessa jornada.

Ao trabalho, a única solução e caminho para se chegar onde deseja. Depois que passei acreditar nele, parece que o mundo joga ao seu favor.

À música, uma dos únicos combustíveis que funcionam em mim. Nunca teria chegado aqui sem ela.

À quem me mostrou a importância da longevidade e de exercícios físicos, pois eles melhoram até o meu pior dia.

À tudo o que esqueci, que tenho certeza que foram peças essenciais para chegar onde estou atualmente.

À tudo isso, minha gratidão.

Esse texto não quer dizer nada de especial, não é a passagem para um novo limiar, não é uma despedida. É simplesmente um ato de gratidão por tudo o que venho aprendendo e vivendo ultimamente. Me sinto extremamente feliz com tudo o que venho vivendo.

Nunca pensei que no meio de tanta confusão ao mundo, eu poderia estar mais centrado e focado em alguma coisa. E se eu fui premiado com isso, só me resta agradecer.

Obrigado.

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