Uma coisa que nunca havia parado pra pensar é nas vertentes do marketing digital como um todo. Como tinha atuado mais em uma das duas que observo (podem existir outras), sempre tinha uma visão unilateral das coisas. Mas depois de conseguir entrar na AutoForce, comecei a ver um pouco do outro lado que não conhecia, e devo confessar: estou adorando. Essas vertentes são essenciais na hora de estar escalando um negócio digital.

Os dois lados do marketing digital
No mercado do marketing digital em geral, duas vertentes predominam: a dos infoprodutos e serviços para pessoa física (b2c) e empresas business to business (b2b). Quando iniciei a jornada no marketing, tive um bom contato com essa primeira vertente, já que ainda faço gestão para empresas que buscam pessoas físicas. O modelo é bem diferente de empresas de modelo mais tecnológico, que tem como maiores patrimônios produtos na área de software e informações.
Infoprodutos e empresas b2c
Esse tipo de mercado é aquele que é mais provável que chegue para pessoas comuns, principalmente que tão entrando no mundo do marketing digital. São os afiliados, influencers mais locais, gestores de tráfego para negócios locais e etc. Normalmente essas pessoas vendem seu serviço para empresas menores ou infoprodutos para pessoas físicas. Assim, nesses produtos ensinam algumas skills para chegarem em um nível que possam oferecer serviços similares.
Startups e empresas b2b
As empresas b2b tem mais dificuldade em encontrar o lead, pois procuram quem tem poder de decisão dentro de outros negócios. Então, o funil é mais complexo e depende da relação entre o time de marketing (responsável por gerar o lead qualificado) e o de vendas (responsável por fechar o negócio). Então há um processo mais complexo na obtenção e qualificação desse lead, então estratégias de inbound marketing são bem úteis nesse processo.
Crescendo seu negócio
Por ter uma estrutura mais complexa, o marketing digital para empresas que buscam mais escala e crescimento através de novos clientes pode ser mais inacessível para gestores e algumas garfes, por consequência dessa falta de conhecimento, podem acontecer. Então vou listar abaixo dois conceitos essenciais para crescimento acelerado de algumas empresas novas apresentados no livro Tração, do Gabriel Weinberg e do Justin Mares.
Os conceitos em questão estão explicados de uma maneira bem mais completa no livro com exemplos e visão dos autores. O que você vai ver a seguir é a minha visão e junção com outros conceitos obtidos em outras fontes para o crescimento e obtenção de novos clientes para o seu negócio.
A regra de 50%
Uma coisa sempre imposta na nossa cultura e enraizada em nós é a cultura do excesso de preparação para fazer certo lançamento ou começar alguma coisa. Isso não é diferente em empresas, muitas pessoas que têm ótimos projetos e ideias acabam não executando pois buscam o tempo/modelo perfeito pra isso. Muitas empresas antes de se lançar no mercado focam apenas na produção do produto até começar as atividades como empresa em si, que não se resumem exclusivamente ao produto.
Uma alternativa ao excesso de preparação e criação do produto é a regra dos 50%. Essa regra basicamente diz que invés de dedicar 100% do tempo à criação do produto, você pode dedicar 50% do tempo e dos esforços em produção de conteúdo e os outros 50% na criação do produto. Essa metade do tempo voltada para produção do conteúdo e posicionamento da empresa já pode trazer potenciais clientes para seu produto que virá posteriormente.
Feito é melhor que perfeito
O livro Conteúdo S.A. do Joe Pulizzi dá outra alternativa para criação de uma empresa que tem como objetivo principal a produção de conteúdo para conseguir certa tração no inicio para depois pivotar e passar a vender algum produto ou serviço que seja de interesse do gestor.
O modelo Bullseye
O livro Tração também mostra um modelo interessante para obtenção acelerada de novos clientes e crescimento exponencial: o Bullseye. Antes de explicar o modelo é interessante frisar as 19 maneiras de crescimento exponencial de uma Startups citadas no livro, não vou mostrar em detalhes as 19 maneiras, mas esse número é interessante para o passo a passo do modelo:
- Escolher quais modelos podem ser utilizados na sua empresa, podem ser os 19, você não vai utilizar todos eles de uma vez;
- Tendo a quantidade de modelos aplicáveis, escolha 3 e utilize um pequeno investimento para testá-los paralelamente;
- Testado os 3, pegue o que gerou mais resultado e invista nele até perceber que o canal saturou;
- Repita o processo tirando o máximo de outro canal.
Todos os canais podem ser vistos no livro e é interessante ver o Bullseye como um processo passível de repetição e validação. Então não se deve deixar de testar, apenas escolher um modelo de crescimento baseado em achismo não trará os resultados esperados, muitas vezes o mercado funciona diferente do que imaginamos.
E já deixo minha recomendação do livro: é uma leitura densa e um pouco chata, mas é interessante para se ter essa visão de crescimento exponencial de empresas.