Não é segredo e é uma tecla que sempre bato no quanto os livros mudaram minha vida. No inicio de 2019 eu li Pai Rico, Pai Pobre do Robert Kiyosaki e tive uma virada de chave na minha vida, desde então aumentei exponencialmente meu ritmo de leitura. Portanto, todo ano separo os melhores livros daquele ano.
Assim, por acompanhar muitos influencers e pessoas de sucesso, acabei por acatar a questão de ler uma quantidade grande de livros anualmente: em 2019 li um total de 25, aproximadamente 2 por mês. Sempre foquei em livros pequenos por, de início, pensar apenas em quantidade. Não vou dizer que foi um erro, acabei lendo bons livros, mas fugia de outros grandes títulos devido a quantidade de páginas.
No início de 2020 me deparei com um pensamento do especialista de finanças Bruno Perini: quando focamos em uma meta que envolve quantidade de livros, você sempre vai tentar ler livros pequenos, mas se colocar paralelo uma meta de quantidade de páginas, você pode chegar a ela com livros grandes também. E assim fiz e criei minha meta de 2020: 20 livros ou 4000 páginas. Será que bati essa meta?
Outra coisa que mudou também em 2020, foi a questão de ter voltado a ler romances, considerando que em 2019 só tinha lido apenas livros técnicos e de conteúdo. Livros como Harry Potter e Senhor dos Anéis entraram no repertório do meu ano e, devo confessar, a experiência é ótima.
Porque eu decidi começar a ler romances em 2020
Desde criança eu tenho o hábito de ler e na adolescência, os romances são o carro chefe de leitura de várias pessoas. Já contei várias vezes que depois que entrei na universidade (2015) eu foquei principalmente em livros técnicos voltados para o curso: matemática, física, astronomia, engenharia e etc. Por cerca de 5 anos eu esqueci da experiência de ler um romance.
Esse ano decidi voltar aos romance devido a um livro que um cara que admiro muito, Tallis Gomes, sempre indicou: A Revolta de Atlas. É um livro gigante e com ele acabei saindo duas vezes da zona de conforto de leitura: ler grandes livros e ler romances. Confesso que no início achei bem estranha a sensação, mas depois de um tempo fui me acostumando e entrando cada vez no mundo do livro. Foi depois de alguns capítulos que vi o primeiro motivo de voltar a ler romances com constância..
Distração
Quando eu passava a maior parte do dia estudando e trabalhando, chegava no final sem saber uma forma exata de me distrair. Tudo demais é veneno, e passar mais de 15 horas diárias pensando só em trabalho não faz bem. Encontrei a solução que eu precisava nos romances.
Antes de dormir, eu leio um romance, que me faz sair um pouco da realidade e me aprofundo em uma história que gosto em troca de um pouco de sanidade mental. Esse ano já fiz isso com a Revolta de Atlas, Harry Potter e Senhor dos Anéis. Se você está buscando ter essa distração em algum momento, recomendo começar a ler romances e contos.
Conhecimento de mundo e pessoas
Aposto que você já ouviu essa expressão:
A vida imita a arte mais do que a arte imita a vida
Oscar Wilde
E uma das formas alternativas para aprender sobre comportamento humano é lendo romances. Os romances retratam personagens da vida real. Cada personagem e sua personalidade podem retratar um modelo existente na sua vida. Quando você aprende sobre como as pessoas se comportam e pensam, você pode tocar sua vida de uma forma melhor.
Trazendo para o lado vendedor da coisa, um dos principais desafios da venda é entender a dor dos seus potenciais clientes e como eles pensam. Se você entender o comportamento de várias personalidades, pode aplicar isso na hora de vender, falando exatamente da forma que o seu público quer ouvir.
Mas, finalizando a introdução… Vamos aos livros!
5 – Harry Potter e o Enigma do Príncipe – J.K. Rowling
Dos 18 livros que li até em 2020, 7 foram escritos por J.K. Rowling. A saga Harry Potter marcou meu ano. Consegui dedicar um pouco do meu tempo a romances e conseguir sair um pouco da realidade e me distrair em momentos de intenso trabalho. E confesso, ninguém fez isso melhor esse ano do que a saga do bruxo adolescente.
Dos 7 livros da saga, esse foi o que mais me marcou pois conta histórias de tempos antigos e foca no meu personagem preferido da série: Alvo Dumbledore. É excepcional como ler sobre pessoas incríveis (mesmo que não existam) aumentam a sua capacidade de se tornar alguém que faça a diferença no mundo.
A saga tem uma leitura extremamente simples, flui muito fácil e prende o leitor de uma forma que vi em poucos livros. Fui marcado pelo mundo de Hogwarts por me mostrar um caminho alternativo onde apenas leituras técnicas não bastam. Então, deixo minha recomendação não só desse livro, mas de toda a saga.
4 – O corpo Fala – Pierre Weil e Roland Tompakow
O estudo do comportamento humano é algo que deve ser conhecido por todos os profissionais, não só aqueles que trabalham diretamente com pessoas. Esse mesmo pensamento se estende para qualquer pessoa que tenha conexões: amigos, família e colegas. Ou seja, todo mundo tem que entender um pouco desse tema.
A princípio, a linguagem corporal é essencial para entender um pouco sobre as pessoas que nos rodeiam e ver o que elas estão tentando falar quando não utilizam comunicação verbal para isso. A partir de uma leitura da postura, você pode tomar melhores decisões e tratar melhor quem te rodeia.
Primeiramente, com analogias incríveis e uma quantidade imensa de exemplos, o livro mostra através de várias ilustrações, casos e situações, maneiras de identificar sentimentos e condutas através de linguagem corporal. Ele possui uma grande gama de exemplos e mostra técnicas para melhorar sua linguagem corporal, para que em alguns momentos passar a mensagem que você realmente deseja passar.
3 – Outliers: fora de série – Malcom Gladwell
Pessoas fora da curva existem, e nem sempre elas chegaram nesse nível por mérito próprio.
No mundo, existe uma imensidade de eventos aleatórios e alguns, por mais que pareçam obra do destino, são apenas consequências de alguns atos.
Outliers é uma obra para entender que pessoas fora da curva estão ali não só por seu esforço e dedicação, mas também por estarem no momento certo e na hora certa, isso se aplica aos Beatles, o criador da bomba atômica e Bill Gates.
Ainda mais, a obra tem como foco identificar os fatores em que várias pessoas de sucesso chegaram lá e como esse caminho foi trilhado. É incrível que para alguns casos, até a sua data de nascimento influencia no seu sucesso. A mesma coisa se aplica também para a origem da sua família e o local onde nasceu.
Muitas vezes consideramos que o excesso de esforço, trabalho e dedicação nos darão o sucesso que almejamos. Bom, Gladwell tem algo a dizer sobre isso.
2 – O universo em uma casca de Noz – Stephen Hawking
Por ter cursado engenharia, que é um curso com muita ênfase em física, me apaixonei por tabela pela astronomia e história da física. Desde então, sempre gostei de estudar um pouco sobre cosmologia, astronomia e astrofísica, com todas as minhas limitações, claro. Por isso o foco em livros mais comerciais, que, resumindo, são livros que falam de temas complexos de uma forma que leigos entendam. Bons autores desses tipos de livros são Stephen Hawking, Carl Sagan e Neil deGrasse Tyson.
Desde Uma Breve História do Tempo e Buracos Negros (que foi publicado depois do Universo em uma Casca de Noz, mas eu li antes), eu já tinha me encantado com a área. Com conteúdos sobre buracos negros, física clássica e quântica, relatividade, viagem no tempo e etc, Hawking mostra com inúmeras ilustrações, histórias e exemplos, a evolução da física até hoje. É um livro incrível para quem tem interesse mas não quer se aprofundar tanto em cálculos complexos. Vale a pena.
1 – A revolta de Atlas – Ayn Rand
“Lembrem-se de que nenhum de nós agora pode sair desta fábrica, pois cada um pertence a todos por força da lei moral que aceitamos!” Foi quando um homem, se levantando, disse “Eu, não”. Era um jovem engenheiro. Ninguém o conhecia bem, era uma pessoa reservada. Quando ele se levantou, fez-se um silêncio mortal de repente. Era pela maneira como ele mantinha a cabeça erguida. (…) Ele tinha a postura do homem que sabe que está com a razão . “Vou acabar com isso de uma vez por todas”, disse. Sua voz era muito nítida e não exprimia qualquer sentimento. Só disse isso e começou a andar em direção à saída. Atravessou todo o galpão, à luz branca dos arcos, sem olhar para ninguém. Ninguém tentou detê-lo. De repente lhe perguntaram: “Como?” Ele se virou e respondeu: “Vou parar o motor do mundo.” E então saiu. Nunca mais voltamos a vê-lo.
Ayn Rand
Um romance mais técnico que nunca
Olhar para esse trecho de forma isolada não faz sentido algum, mas esse é uma parte que faz consta na página que mais me marcou do livro. Então, de vez em quando leio ela, para me lembrar da lição que o livro passa.
Acima de tudo, A Revolta de Atlas é um romance que se passa em uma época desconhecida, onde todos os países do mundo eram socialistas, menos os Estados Unidos. Os EUA tinham empreendedores capazes e com visão de progressão, mas o governo tinha outro plano para essas pessoas.
O livro não é sobre mitologia grega, afinal, Atlas foi o titã que teve como castigo de Zeus segurar o mundo nos ombros. A analogia é que certa parcela da população tem o castigo do titã, de levar o mundo nas costas.
É um livro gigante, de aproximadamente 1200 páginas. Mas, mesmo assim, ele consegue prender você de uma forma incrível e tem o poder de mudar sua opinião sobre vários temas recorrentes: política, economia e até a forma como você lidar com a vida. Por mais que existam coisas utópicas no livro, ele consegue bem passar sua mensagem e acabou marcando meu ano de maneira bem positiva.
É um game changer, vale a pena. O melhor é que depois que finalizar ele, você vai conseguir responder uma questão crucial:
Quem é John Galt?
E a meta?
No final de Dezembro, eu já havia lido 18 livros, totalizando 6247 páginas. Mas é meta de leitura batida.
A leitura mudou minha vida, espero que eu consiga influenciar você a ler mais também.