O marketing de conteúdo não surgiu com o digital. Ele já existe há dezenas de anos.
O guia Michelin, da marca de pneus, foi divulgado pela primeira vez no ano de 1900 e já tinha premissas de marketing de conteúdo para ser criado.
Essa metodologia consiste em buscar clientes ao criar conteúdo de qualidade sobre o nicho, o mercado ou o negócio, buscando engajar e educar o potencial cliente até chegar a hora de realizar a venda. Também, o negócio criará relacionamento com seu público, possibilitando que o que normalmente era um diálogo de uma via, se tornar uma conversa.
Muitas das ideias desse artigo foram baseadas nas ideias do livro “Conteúdo S.A.” do Joe Pulizzi.
Mas, marketing de conteúdo é a mesmo de Inbound Marketing?
Marketing de conteúdo x Inbound Marketing
A diferença entre ambas a metodologias é bem simples. O Inbound Marketing (ou marketing de atração), trabalha através do funil de vendas, que busca geração e qualificação de leads. Então, através de uma organização de funil, é possível qualificar e entender a jornada do público.
O marketing de conteúdo não tem necessariamente a intenção de gerar leads. O próprio exemplo do Guia Michelin mostra isso, já que no tempo não havia a metodologia Inbound.
Então o Inbound Marketing é Marketing de Contéudo, mas nem toda estratégia de Marketing de Conteúdo se enquadra como Inbound Marketing.
Do zero à monetização com marketing de conteúdo
Antes de mais nada, é possível começar agora a criar conteúdo visando ter retorno financeiro.
Mas, é necessário ter um processo bem definido. Já que não adianta produzir conteúdo de qualquer maneira e achar que está funcionando.
O passo zero para começar é entender realmente o público com quem se está falando.
Um bom exemplo que sempre trago é o do Advogado no Instagram, que criou o perfil buscando encontrar clientes e produziu conteúdo de leis, projetos e ementas, quando na verdade os seus potenciais clientes não têm interesse nesse tipo de postagem.
Ele não entendeu o seu público que eram pessoas físicas, então escreveu focando em advogados e falhou em conseguir clientes.
Outra coisa necessária é a visão de longo prazo.
É comprovado que a metodologia funciona, não e a toa que tantas e tantas pessoas e empresas utilizam com maestria e faturam mais do que imaginaram ganhar em toda vida. Mas, o resultado não ocorre de uma hora pra outra.
Sabendo dessas premissas básicas para começar, vamos se adentrar no processo.
Escolhendo um nicho
Não existe um nicho que “dá dinheiro”, você precisa seguir aquele que você se sente mais a vontade para produzir conteúdo.
Eu, particularmente, já vi gente ficar milionário em nichos como marketing digital e mercado financeiro, que são os que tão em alta e as pessoas mais buscam, como também em nichos de meditação e até grávidas. Então, na maioria das vezes o nicho não é um pré requisito para dá certo.
Além disso, é necessário também entender sobre o que irá produzir, ou então você será apenas mais um falso especialista do mercado. E deles, o mundo já está cheio.
Em relação a ser um especialista no nicho, nem sempre isso é um pré requisito. Você pode utilizar o modelo de documentação de jornada, onde mostrará aprendizados e documentará seu processo dentro de uma certa atividade. É ótimo para iniciantes e pessoas que ainda não sabem como produzir conteúdo da melhor maneira.
Outro pré requisito é realmente gostar do nicho que escolher.
O entusiasmo te protege de momentos em que a disciplina tem que governar, onde a força de vontade acabou, os resultados não estão como desejados e você deve continuar produzindo.
Uma pessoa pode ter sucesso em praticamente tudo, desde que tenha um entusiasmo ilimitado.
Charles Schwab
Então, da imensidade de coisas que você pode fazer marketing de conteúdo, escolha uma que você ame.
Eu já escrevi uns 50 artigos, fiz mais de 150 artes para o Instagram, escrevi 40 semanas de newsletter. Eu tenho certeza que não faria isso em um assunto que eu não gostasse tanto.
Além disso, eu estou estudando todo santo ia sobre marketing, tráfego, growth, copywriting, conteúdo etc. Por isso, sempre tenho coisa para estar repassando.
Eu não estudaria tanto se fosse algo com o qual eu não tivesse entusiasmo.
Resumindo
Para resumir, segue as premissas para escolha de um nicho:
- Não escolha o nicho que “dá mais dinheiro”
- Entenda ou tenha interesse para estudar constantemente sobre o assunto
- Tenha entusiasmo ilimitado para produzir conteúdo
- Ame/Goste muito o nicho
Não produza um conteúdo genérico
Imagine se o blog que você está lendo fosse apenas “Growth”.
Eu poderia gerar o melhor conteúdo do mundo, mas isso dificultaria muito na construção da minha base. Não teria identificação a partir das pessoas se não existissem o “Ceveja”.
A principal função do ajuste de conteúdo é gerar identificação e empatia.
“Caramba, esse cara fala de Growth de uma forma descontraída e criativa, não fala em ganhar dinheiro da noite para o dia e ainda se aproxima do público.”
É porque esse é meu ajuste de conteúdo.
Se eu produzisse conteúdo sobre marketing digital, copywriting, métricas, tráfego ou SEO como qualquer outro blog, seria só mais um no meio da multidão.
Ser mais um na multidão nem sempre é tão ruim. Você pode conseguir o tráfego, os números. Mas não vai conseguir o mais importante: o amor do público.
Quando o público te ama, ele compra tudo que você vender. É um conceito muito explorado no livro que estou livro atualmente: Marketing de Permissão. Ele prega que você invés de só vender para o seu público, virar amigo dele e sendo seu amigo, comprará qualquer coisa que você oferecer durante sua jornada.
Esse conceito é valioso, mas não é fácil.
O primeiro passo para você conseguir cativar um público a ponto de criar o sentimento de amizade dele é o ajuste de conteúdo.
A consistência gera uma base
Sabe um canal de televisão? Onde as pessoas ligam em um horário específico para ver quem elas gostam?
Bem, hoje em dia o canal é você.
Um influenciador, um negócio, uma personalidade, uma empresa, uma marca..
As pessoas ligam na sua rede social para te assistir, assim como faziam anteriormente na televisão e até no rádio.
É importante aceitar que isso não acontece da noite para o dia. Por isso, é necessário seguir um passo a passo que pode durar alguns anos de trabalho duro até conquistar a tão desejada base.
É necessário consistência.
- Analise suas habilidades
- Escolha um canal de produção baseado nelas
- Produza conteúdo consistentemente nesse canal
- Seja cortês, respondendo e interagindo com comentários
As suas habilidades é que vão definir o primeiro canal de produção de conteúdo.
Por exemplo, vamos supor que você tire fotos boas, tenha boa identidade visual e domínio sobre ferramentas de design, como Photoshop. O canal perfeito para você começar é o Instagram, que preza por mais apelo visual de fotos e vídeos.
Mas, se você prefere gravar e editar vídeos, aparecer mais na frente da câmera, tem mais habilidades de oratória e de gravação, o Youtube é uma boa pedida pra você.
No meu caso, eu sempre gostei de escrever, é por isso que meus principais canais são blog e email.
Depois de produzir conteúdo consistentemente, uma pequena parcela de pessoas irá se interessar no conteúdo e começar a interagir com ele, seja curtindo, comentando ou compartilhando. Algumas pessoas buscarão falar diretamente com o produtor, elogiando ou complementando.
É aqui que entra o próximo passo: o relacionamento com o cliente.
Se aproxime do seu público
Os melhores produtores de conteúdo não são os mais inteligentes, mais sábios ou que os que têm mais facilidade em repassar o que sabem.
São aqueles que são tão próximos do seu público, que as pessoas o consideram um amigo próximo.
Por isso, não adianta apenas consumir conteúdo de qualidade, é necessário conversar, interagir e entrar na casa das pessoas como um conhecido.
Muitos produtores sempre retratam que em algum momento onde eles “somem”, os seus seguidores/assinantes vêm cobrar, sentindo falta daquela presença que antes era diária. É esse o nível que você, como produtor de conteúdo, deve focar.
Mas, não adianta produzir conteúdo de qualquer maneira para se aproximar das pessoas, você deve ser cada vez mais próximo.
Como eu me aproximo do meu público?
Por exemplo, a maneira que eu me aproximo mais dos seguidores é através de conteúdos mais personalizados e que falam de maneira cada vez mais fora do personagem que eu crio para atraí-los.
O primeiro contato de um desconhecido comigo é através de anúncios, artigos ranqueados no Google ou posts que se deram bem no algoritmo do Instagram. Ainda mais, eles seguem o perfil e passam a consumir um conteúdo mais geral buscando aproximação, aí vem os artigos semanais no blog, depois tem a newsletter, alguns falam no Direct..
Eventualmente, vai chegar um momento onde a forma de se aproximar mais ainda de mim é algo que vou vender.
Isso não é segredo.
Mas, essa jornada toda é consciente, honesta e explícita. Igualmente, eu não estaria expondo ela aqui se fosse um plano secreto para ganhar dinheiro. Em algum momento, vou vender algo, mas compra quem quer, o conteúdo gratuito não irá mudar.
Da mesma forma, quanto mais alto o nível de permissão que você tem do público, sendo o mais alto o de uma assinatura onde ele paga para ter muito mais contato frequentemente, mais confiança ele terá no conteúdo e na pessoa que você é.
E é isso que você deve buscar desde o início: confiança.
Logo, é tão importante o ajuste de conteúdo e criar um conteúdo original, com opiniões e personalidade.
Visite outros lugares
Sobretudo, depois de construir e cultivar a base, é necessário buscar novos ares.
Novos canais de aquisição representam mais pessoas que possam gostar do seu conteúdo.
Além disso, é possível utilizar outros formatos de produção. Acima de tudo, pessoas diferentes gostam de consumir conteúdo de maneiras diferentes.
É importante frisar que a diversificação de canais e formatos é uma prioridade depois de ter conseguido a constância e ter criado a base no canal principal. Adiantar esse processo pode prejudicar toda a estratégia, tirando o foco do que realmente importa no início. Então, não seja ansioso.
Mas, não é necessário criar um conteúdo 100% novo, você pode reaproveitar os que já existem.
O reaproveitamento de conteúdo
De antemão, esse conceito se refere a produzir conteúdos semelhantes em lugares e formatos diferentes, assim, você terá um trabalho mas vários conteúdos diferentes.
Além disso tudo, pessoas diferentes frequenta lugares diferentes. Isso aumenta a probabilidade de encontrar mais pessoas parecidas com sua base, e assim ocorre o aumento de audiência.
Um exemplo muito atual de reaproveitamento de conteúdo são os conceitos raiz e nutella. O conteúdo raiz é maior, mais completo e longo, como uma masterclass de 1h ou um grande artigo. Já o Nutella são pequenos trechos do conteúdo longo.
Isso é reaproveitar o conteúdo.
Há varias maneiras de fazer isso:
- Transformar um artigo completo em várias postagens
- Um grande vídeo em vários nuggets
- Um nugget em um carrossel
- Uma newsletter em vários bullets
As possibilidades são imensas.
Hora de ganhar dinheiro
Nesse momento, você já conquistou o maior ativo da era digital: a atenção.
Além disso tudo, também existe a confiança das pessoas no produtor de conteúdo e isso é mais um pré-requisito para a monetização.
Um bom indicativo de que está na hora de monetizar o conteúdo é quando o próprio público pede algo para vender. Aqui, por exemplo, já tive várias solicitações de seguidores pedindo um curso ou outros materiais, isso já é sinal que preciso monetizar de alguma forma.
A escolha do modelo de monetizar o conteúdo vai variar nos recursos e habilidades do produtor. Contudo, o ajuste de conteúdo também influencia na escolha.
Algumas maneiras de monetização:
- Publicidade de terceiros
- Produtos próprios
- Info produtos
- Criar uma marca
- Educação
Comece agora
Não espere o cenário perfeito para produzir conteúdo. Anteriormente, eu mostrei que nem de experiência se precisa para produzir, utilizando o modelo da documentação de jornada.
O momento perfeito não existe.
Comece com o que tem, use o que está ao seu dispor.