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cada dia um pouco mais inteligente menos burro

A regra das 10 mil horas: você pode ser bom em quase tudo

Você já parou pra pensar na quantidade de coisas que você faz repetidamente? Existe um conceito chamado de: a regra das 10 mil horas.

Basicamente, a teoria diz que se você faz algo por mais de 10 mil horas (em média 3.5 anos fazendo algo por 8h/dia), você consegue masterizar a atividade de forma que você será um “mestre”.

Porém, essa teoria pode ser aplicada a muitas e muitas coisas. E não só o que tá no holofotes: habilidades que podem nos tornar muito ricos, gênios criativos e pessoas de sucesso.

Regra das 10 mil horas aplicada ao cotidiano

Por exemplo, você já parou pra pensar a primeira vez que digitou em um teclado touch screen no celular e como é agora? Você com certeza passou um bom tempo se esforçando para digitar certinho. Hoje, deve fazer sem olhar.

Querendo ou não, isso é masterizar uma habilidade através de prática. O ponto é que essa habilidade não te leva aos holofotes.

Vou dar outro exemplo: quando eu era mais novo, ouvia freneticamente o álbum Folie a Deux da banda Fall Out Boy. Eu ouvia tanto que eu sabia a ordem das músicas só pela transição entre faixas.

Olhando de fora, na minha opinião, é sensacional: sua memória consegue definir o que está por vir de maneira precisa só através de um estímulo.

Mas, é mais uma habilidade que não nos levará para os holofotes.

Último exemplo: quando eu era um jovem adulto, gostava de ouvir os CDs das bandas de forró e decorar os “alôs”.

Sabe o que é um alô? É quando Xand Avião vai começar uma música e grita: HIAGO ARRAAAAAES.

Eu e meus amigos sabíamos todos de cor.

Se existisse uma profissão que demande a memorização de “alôs”, eu estaria escrevendo isso de uma cobertura. Mas, mesmo assim, é algo sensacional que nosso cérebro pode fazer.

Todos esses exemplos foram para mostrar que a nossa cabeça pode fazer coisas MUITO LEGAIS, mas esquecemos disso porque ela está ocupada demais dedicando essa capacidade para “coisas inúteis”.

Então, pare e pense na sua habilidade de:

  1. Memorizar coisas dentro dos assuntos que você gosta
  2. Mexer no celular de maneira extremamente fluida
  3. Decorar uma música/dança inteira
  4. Fazer uma receita inteira sem “colar”

etc, etc.

Tudo isso aconteceu devido ao desenvolvimento da sua experiência.

E a experiência leva à intuição.

Aplicando a intuição de forma propensa ao sucesso

Tudo isso que eu falei foi o conceito de experiência ser a base para intuição, mostrando que você é capaz de fazer coisas muito legais e valiosas. Porém, normalmente dedicamos essa capacidade a coisas que não são propensas ao sucesso.

E por que não focar no sucesso? Afinal, todos nós queremos ganhar dinheiro e crescer na vida.

Então, como aplicar a repetição para desenvolver capacidades produtivas?

Da mesma forma! Só que você precisa adicionar dois ingredientes para fazer a coisa funcionar:

  1. Escolher a habilidade a se desenvolver
  2. Intencionalidade

Calma, vou explicar tudo:

Escolher a habilidade

O primeiro passo para ter uma intuição certeira em algo é saber o que esse algo é.

E, nesse caso, escolher algo geral não te ajuda, porque fica difícil definir habilidades específicas que você precisa desenvolver.

Então:

  • Escolha ruim: quero ser um analista de dados
  • Escolha boa: quero ser um analista de dados capaz de puxar visões de um banco de dados e criar visões claras e úteis através de SQL e Python

A primeira escolha te leva à procrastinação: as possibilidades são imensas e você não se move.

A segunda é específica: você consegue, a partir dela, listar ao menos 5 habilidades que você precisa desenvolver e se aprofundar.

Olha só. Se eu quero ser um analista de dados capaz de puxar visões de um banco de dados e criar visões claras e úteis através de SQL e Python, eu preciso desenvolver ao menos:

1. Python básico

2. SQL básico

3. Básico de análise de dados

4. Criação básica de gráficos

5. Storytelling com dados

E com essa lista bem definida você consegue direcionar a prática – que leva à experiência, que leva à intuição.

Com isso, vamos ao próximo requisito: a intencionalidade

Ser intencional

Você precisa ser intencional para focar em algo, ou as outras coisas da vida tomarão conta do seu tempo.

Acima de tudo, quando eu falo em ser intencional, não me refiro ao “querer” ou a “fome” que os coachs falam, mas sim no saber de onde você está saindo e até onde quer chegar.

A intencionalidade facilita a documentação do progresso e a manutenção do foco.

Lembre-se: para você ser bom em algo, precisa fazer aquilo repetidamente por muito tempo (as 10 mil horas são um bom parâmetro, por mais que não seja uma REGRA de fato).

Então, sempre seja intencional para o que você quer desenvolver e as habilidades que te levarão onde se quer chegar.

Adendos e considerações finais

Alguns adendos

  • O caminho da excelência é chato e monótono. Você não vai viver uma vida que vai ser digna de um filme (a não ser que você queira que as pessoas durmam no cinema).
  • Muitas, muitas, muitas vezes você se sentirá desmotivado e sem vontade de fazer a mesma coisa. O que diferencia quem é excelente é que nessas situações essas pessoas vão lá e fazem.
  • O plano não precisa ser escrito em pedra. Algumas vezes pode ser necessário um replanejamento (O problema é replanejar todo dia ou toda semana)

Considerações finais

  • Ser excelente em algo requer prática e muito foco. Não desenvolvemos uma boa intuição só planejando. É necessário fazer.
  • A regra das 10 mil horas é apenas um parâmetro. Não existe uma linha que é ultrapassada das 9999 às 10000 horas que muda o jogo. O que conta é o tempo dedicado ao desenvolvimento de certa habilidade.
  • O tempo é a chave aqui. Se você foca 1 hora por dia em desenvolvimento e passa 7 horas vendo besteira em redes sociais, pode ser que leve 8x a mais de tempo para ser bom no que se quer.

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