Eu tenho um grande problema: eu me aprofundo demais em tudo que eu me interesso.

Se eu tenho interesse, acabou. Já estou louco, estudando e pesquisando sobre aquilo.

Confesso, não é fácil pra mim.

Eu lembro quando li a biografia do vocalista do Red Hot Chilli Peppers, Anthony Kiedis. Eu li em 2 ou 3 dias.

Me emocionei com aquele livro, ele me tocou.

Imagine o quanto eu queria compartilhar meu sentimento com alguém.

E eu compartilhei.

Lembro da sexta feira, uma mesa de bar, um dos meus melhores amigos.

“Você tem noção que a música ‘Under The Bridge’ foi escrita como uma prova de amor para Los Angeles? Ele lembrava dos viadutos que se drogava na cidade. Por muitas vezes, era o único amigo que ele tinha.”

O amigo olhou pra mim, deu um sorriso desinteressado e foi mexer no celular.

Nem respondeu.

Bom, você pode pensar: isso não é um bom amigo, ele poderia ter falado algo.

Mas, o problema não é ele, sou eu.

Eu me aprofundo demais.

O mundo tem como maioria pessoas rasas. Eles não querem se aprofundar em nada, só fazer o básico e curtir o que der da vida.

Quando eu escolhi, planejei e tive a visão do caminho que eu iria trilhar na minha vida, eu só não previ um detalhe: a solidão.

Não falo sobre o topo ser solitário, por mais que digam que é.

Eu não estou no topo, então não sei como é.

Mas falo sobre querer ser acima da média, fazer um pouco a mais.

Você pode me criticar dizendo que “quero ser mais que os outros”. Mas, só quero ser o melhor que eu possa ser.

Talvez, seja aquele clichê: ser a melhor versão de mim.

E, eu não queria tá falando isso, pois, sinceramente, eu odeio clichês.

E eu estou te avisando como um bom amigo: se você quiser seguir nesse caminho, precisará se aprofundar demais.

Eu não entendo do topo, mas o fundo é solitário.

Então, se quiser ir mais a fundo na vida ou até em tudo, como eu escolhi, será solitário.

Mas você não é o único.

É por isso que eu estou te escrevendo.

Para que você saiba que em um mundo de pessoas rasas, ainda exista quem seja minimamente profundo.