“Dados é o novo petróleo”. Bom, não necessariamente, eu diria.
O ACESSO AOS DADOS: Hoje, temos mais acesso a dados do que em qualquer momento no passado. Porém, não são os dados que são o x da questão – e sim o que fazemos com eles. E, observando o mercado, é possível concluir que o foco está mais em visualizações bonitas lotadas de dados do que em tomar boas decisões partindo deles.
- Se você não trabalha com big data e precisa tomar decisões embasadas com dados, fuja de visualizações com excesso de dados
- Foco entrega clareza. Excessos não entregam foco
- Bonito != funcional
MUITA INFORMAÇÃO != INTELIGÊNCIA: Da mesma forma que temos enviasado que excesso de palavras rebuscadas são sinônimos de inteligência, também tendemos a achar que visualizações complexas são sinônimo de utilidade. Porém, funciona meio que ao contrário: simplicidade é sinônimo de inteligência e usabilidade.
- No meio executivo – o mais alto nível de tomada de decisão – é preferível o uso de mensagens simples
- Ser simples demanda tempo (por mais que pareça ao contrário)
- Mensagens simples aceleram o processo de decisão e economizam tempo
Uma frase define muito bem esse conceito: “Não tive tempo de escrever uma carta curta para você, então escrevi uma longa”
Princípios para tomar decisão com dados
Existem alguns caminhos concretos que determinam o melhor uso dos dados e como tomar boas decisões.
MÉTRICAS NORTE: O conceito de north star metric define uma métrica que vai orientar os próximos passos estratégicos de um negócio. Por mais que esse conceito pregue que exista apenas uma métrica norte, pode-se aplicar para escopos menores: canais de aquisição, equipes, OKRs, etc. A ideia é definir uma métrica que mostre o desenvolvimento de algo que você está fazendo.
- No dia a dia, as análises e visões serão ao redor desse modelo de KPI
- Outros indicadores menos importantes impactarão as métricas nortes – economizando tempo de análises desnecessárias
- Esse conceito simplifica todo o processo de análise
DIREÇÃO: Além de ter uma métrica norte, é necessário também que ter um conjunto de indicadores em uma estrutura funcional, que facilita o entendimento do comportamento da métrica norte. Parece complexo, mas eis um exemplo: suponha que sua métrica norte são vendas de um produto x no perpétuo. O funil incluindo: impressões, alcance, leads, checkout e vendas, representam a direção do usuário. O comportamento dessas métricas tem influência direta na métrica norte, mas não facilitam diretamente a análise rápida de uma operação.
- Foque na métrica norte, mas tenha um conjunto de métricas ao redor dela
- Entenda como essas outras métricas influenciam no comportamento da principal
CONSEQUÊNCIAS SECUNDÁRIAS: É importante salientar que todas ações em uma operação gera consequências primárias e secundárias nos dados. É comum a tomada de decisão ser orientada ao comportamento das consequências primárias, mas isso pode ser um erro. A lição aqui é: analise o impacto em vários níveis, a melhora na métrica norte não necessariamente significa uma boa notícia.
- Exemplo: se suas vendas aumentam com uma expansão de público, pode significar um aumento no churn de curto prazo
- Outro exemplo: a redução de leads pode gerar mais vendas com uma ação de foco em um público mais qualificado
CONTEXTO DOS DADOS: Tente sempre contextualizar as análises. Lembre-se: dados são reflexos de comportamentos reais. Se você olhar dados sem contexto, pode ficar cego em relação ao que está realmente acontecendo.
- Nem tudo tem a ver com suas ações: eventos externos – fora do seu controle – podem impactar nos dados
- Analise o contexto sempre: está acontecendo algo externo que pode impactar mudanças nos dados?
- Alguns fatores que podem influenciar: sazonalidade, decisões políticas/legislativas, notícias na mídia, etc