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Growth Marketing: porque não existe receita de bolo

Growth Marketing não é um conceito novo, mas quando olhamos para o conteúdo que foi construído ao redor da metodologia, vemos que ele pode ser bastante escasso, com cada autor e escola puxando para uma vertente diferente.

Quando um iniciante tenta aprender sobre Growth, ele pode ficar um pouco perdido, pois não existe uma receita de bolo para se tornar um profissional de Growth.

Growth Marketing é uma forma de pensar

Se analisarmos alguns grandes nomes que falam sobre o tema, vemos as seguintes definições:

  • Sean Ellis (“Hacking Growth”): Growth Marketing é uma abordagem orientada por experimentação contínua e análise de dados, visando identificar estratégias escaláveis para adquirir, engajar e reter clientes.
  • Ryan Holiday (“Growth Hacker Marketing”): Focado na criatividade e no uso de canais não convencionais, Growth Marketing enfatiza métodos ágeis e econômicos para criar e divulgar produtos, ajustando-os ao público-alvo rapidamente.
  • Reforge (escola de Growth Marketing): Enfatiza o equilíbrio entre estratégias de crescimento sustentáveis e de longo prazo, integrando aspectos de produto, marketing e modelo de negócios para otimizar o crescimento em todas as fases do funil.
  • Brian Balfour: Growth Marketing é a interseção de produto e marketing, com uma visão sistêmica do crescimento, priorizando loops de crescimento sustentável em vez de campanhas isoladas.
  • Lenny Rachitsky: Growth Marketing combina análise de dados, conhecimento do comportamento do consumidor e experimentação sistemática, com foco em alavancas de crescimento que geram impacto mensurável e duradouro.

Todas as definições são levemente diferentes, mas se complementam. Mas, a conclusão mais importante que essas definições mostram é que Growth Marketing não é um conceito fechado, mas uma forma de pensar em prol de um objetivo: crescimento.

É diferente.. mas é igual

Com base nas definições anteriores, dá pra observar que algumas coisas aparecem com mais frequência do que outras. Elas são importantes… porém, depende: qual o seu contexto?

Tudo que foi falado é importante, mas nada é importante sempre. É por isso que Growth Marketing é um conceito tão subjetivo de se aprender: porque depende do contexto.

Mas, vamos olhar os pontos em comum nas definições?

CRESCIMENTO: bom, “Growth” significa “Crescimento”. Mas a relação não é tão simples assim. Como disse anteriormente, o contexto que manda, então “crescimento” pode ser aplicado em várias lógicas — não necessariamente sendo a mais conhecida, que é crescer a todo custo:

  • Crescimento agressivo
  • Crescimento sustentável
  • Crescimento de usuários
  • Crescimento de receita
  • Crescimento de margem

(Dá pra citar infinitas coisas aqui.)

EXPERIMENTAÇÃO: mais uma vez, voltando para o contexto, é obrigatório saber que tudo depende de onde a ação é realizada. Por exemplo, se um canal que funcionou bem em uma empresa similar é introduzido na minha empresa, pode ser que ele não funcione da mesma forma. Por isso, é tão importante experimentar em estratégias de Growth Marketing.

Testes e experimentos permitem validar:

  • Estratégias conhecidas, mas não aplicadas
  • Estratégias desconhecidas
  • 2 (ou mais) estratégias rodando em paralelo
  • Estratégias emergentes
  • etc, etc, etc

O ponto é que a maioria das descobertas vêm através de teste. Quanto mais você testa, mais aprende. Quanto mais aprende, mais cresce. (Conceito central de Startup Enxuta)

DADOS: como geralmente estamos muito presos ao operacional, esquecemos que negócios são feitos através de decisões. E, boas decisões são tomadas com o máximo de prova possível. Os dados fornecem essas provas, são eles que permitem sair do campo do achismo (que pode ser útil às vezes) para o campo da probabilidade. E é nesse campo que as coisas acontecem.

  • É clichê, mas é verdade: decisões com base em dados são melhores
  • Dados são insumos necessários para todos os escopos de Growth Marketing
  • Um ponto: eles não são a fonte da verdade, mas devem ser utilizados como um auxiliar para chegar lá*

Quando se trata de estatísticas, nosso melhor conselho é que você as utilize como entrada, e não como saída. Utilize-as para tomar uma decisão em relação a uma questão. Não siga o caminho inverso: tomar uma decisão primeiro e depois buscar números para sustentar sua escolha.

ESTRATÉGIA: “Se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve”. Uma estratégia bem formulada antes de iniciar o processo de descoberta permite que você não se perca em meio a tantas possibilidades.

Quando eu penso em Growth Marketing, gosto de pensar da seguinte forma:

  1. Formular uma hipótese (Estratégia)
  2. Validar a hipótese (Experimento)
  3. Analisar a hipótese (Dados)
  4. Aprender e tomar decisão
  5. Repetir

Sem a estratégia, os outros passos não seriam possíveis.

É importante (mas depende)

Existem algumas coisas em Growth Marketing que são importantes no contexto geral da coisa, porém, não são importantes em todos os momentos. Você precisará entender se é o melhor momento.

CRIATIVIDADE: é essencial em momentos de concepção e em uma parte específica do ciclo anterior — formular uma hipótese, porém, em momentos mais analíticos precisamos ser mais críticos do que criativos. Mas, com certeza, é algo a ser cultivado dentro de um time orientado a Growth.

EFICIÊNCIA: é o conceito que estimula a fazer mais com menos. Por mais que na teoria seja algo lindo, nem sempre isso será possível ou estratégico. Em alguns momentos, os seguintes cenários “não eficientes” podem surgir:

  1. Fazer mais com mais
  2. Fazer pouco com muito
  3. Fazer pouco com nada
  4. Fazer muito com nada

Como qualquer coisa citada aqui, vai variar conforme o contexto em que o negócio está inserido. E também das condições econômicas dentro e fora do negócio, que ditam as tendências.

TECNOLOGIA: Growth Marketing está atrelado a startups, e startups à tecnologia. Porém, nem sempre uma estratégia de Growth Marketing possui aspectos altamente tecnológicos; pode ser algo bastante simplificado, desde que traga aprendizado e facilite a tomada de decisões.

O próprio conceito de MVP, criado por Eric Ries, nem sempre demanda alta tecnologia para ter um produto mínimo focado na validação:

MVP: é a versão mais simples de um produto que permite testar rapidamente uma ideia com o menor esforço possível, validando hipóteses e aprendendo com o feedback real dos clientes antes de investir em desenvolvimento completo.

  • Dropbox, em vez de lançar o produto completo, criou um vídeo de demonstração mostrando como o serviço de sincronização de arquivos funcionaria.
  • Zappos, em invés de montar um grande estoque, começou tirando fotos de sapatos em lojas locais e postando em um site, comprando os produtos somente após os clientes realizarem pedidos.
  • Airbnb, em invés de lançar uma plataforma robusta, começou alugando espaço na casa dos fundadores e postando fotos simples para validar o interesse em estadias particulares.
  • Amazon, em invés de construir uma infraestrutura completa de logística, iniciou vendendo livros online e adquirindo os exemplares apenas após os pedidos serem feitos.

FRAMEWORKS: existem muitos frameworks de Growth, principalmente atrelados ao conceito de produto. Porém, nem todos os negócios precisam transformar suas estruturas para aplicar esses frameworks, pois nem sempre eles trarão uma boa relação entre investimento e retorno.

Minha visão: é interessante conhecer alguns deles, porque podem ser úteis em alguns momentos, mas não devemos mudar tudo de maneira desorganizada apenas para aplicá-los sem saber se serão benéficos no contexto em que estamos trabalhando.

Alguns dos Frameworks de Growth:

  • AARRR (Pirate Metrics): framework que foca nas cinco etapas fundamentais do funil de crescimento — Aquisição, Ativação, Retenção, Referência e Receita. Ajuda a medir e otimizar cada etapa para maximizar o crescimento.
  • Bullseye Framework: abordagem para encontrar o canal de marketing ideal. Consiste em explorar, testar e priorizar canais em três anéis concêntricos: canais promissores, canais a serem testados e o canal principal que trará mais impacto.
  • RICE Scoring: método para priorização de projetos e experimentos baseado em quatro fatores — Reach (alcance), Impact (impacto), Confidence (confiança) e Effort (esforço). Permite comparar diferentes ideias de forma objetiva.
  • North Star Metric: foca em uma métrica central que representa o principal valor que o produto entrega aos usuários. Essa métrica guia o crescimento sustentável e o alinhamento estratégico da equipe.

Porém, quase toda estratégia de Growth — do produto complexo à venda simples — passa por três etapas.

As engrenagens

Por mais que os pontos a seguir dependam do contexto, eles podem ser aplicados em grande parte dos negócios e produtos, mesmo que unindo algumas das etapas em uma só.

AQUISIÇÃO: geralmente associado a alcance e visibilidade, a etapa de aquisição é aquela em que os usuários procuram ou descobrem um negócio ou produto. Geralmente, um usuário que entra na etapa de aquisição passa pelos seguintes níveis de consciência até chegar na próxima fase — a de conversão:

  1. Inconsciente do problema: ele ainda não sabe que tem um problema
  2. Consciente do problema: sabe do problema, mas não conhece uma solução (mesmo que genérica)
  3. Consciente da solução: pode ser uma solução geral, a sua (da sua empresa, próxima etapa) ou a de um concorrente.
  4. Consciente da sua solução: é quando o usuário atrela o problema que tem com o seu negócio/produto

CONVERSÃO: depois de estar consciente de que tem um problema e que o seu negócio/produto consegue resolver, ele precisa ser convencido a ir com a sua solução. É nesta etapa que o usuário é convertido*.

*Um ponto importante é que a conversão pode ser feita de maneira simplificada ou mais complexa, tendo um funil exclusivo só para o processo de conversão. Vai variar do nicho, do produto e do negócio.

Alguns exemplos de conversão:

  • Uma landing page com uma copy orientada à venda
  • Uma sequência de e-mails de conversão
  • Uma conversa no WhatsApp entre um closer e um potencial cliente
  • Uma reunião remota
  • Uma reunião presencial
  • O fim de um trial de um produto grátis por tempo limitado

etc, etc, etc.

Resumindo: alguém que só te conhecia agora é seu cliente.

RETENÇÃO: se você vender uma vez para cada potencial cliente, o seu potencial mercado é limitado. Mas, se você vender várias vezes para os seus clientes, o potencial é infinito. Reter um cliente é mantê-lo consumindo do seu negócio.

Uma coisa interessante é que esse conceito não é novo:

Peppers e Rogers apresentaram um manifesto sobre a maneira como as empresas podem aumentar seus lucros vendendo mais coisas para menos clientes. Em outras palavras, eles acreditam que é mais sensato concentrar-se em aumentar as vendas para uma porcentagem menor dos seus clientes atuais do que encontrar clientes novos.

Essa citação foi tirada de um livro de 1999.

Algumas formas de reter um cliente:

  • Assinatura: mantê-lo assinando um produto pelo máximo de tempo possível
  • Produto recorrente: vender um produto que demande recompra constante (Ex: supermercado)
  • Escada de produtos: vender produtos complementares que, conforme o cliente evolui, ele adquire para resolver um novo problema.

As coisas mudam toda hora

Estamos na era da informação e da mudança, blá blá blá.. Mais um clichê que é real. As coisas mudam sempre atualmente e, como profissionais de marketing, precisamos estar atentos a boa parte dessas coisas.* Existem algumas coisas que são chave para se manter atualizado.

Nem tudo, porque senão o foco fica mais em se atualizar do que em trabalhar, existe um meio termo satisfatório para continuar se atualizando com o passar do tempo.*

A ONDA DO MOMENTO: Essa é uma das maiores armadilhas em todas as áreas. Porque muitas vezes focamos muito em adaptar tudo às tendências atuais e esquecemos do que nos fez chegar onde estamos.

Um bom framework para saber o quanto focar em tendências é o 70-20-10:

Esse framework traz uma abordagem estratégica que ajuda organizações a alocar recursos e esforços em diferentes tipos de inovação:

  • 70% – Manutenção: Foco em otimizar e escalar atividades ou produtos existentes, garantindo estabilidade e geração contínua de receita.
  • 20% – Inovações adjacentes: Exploração de novas oportunidades relacionadas ao core business, como expansão de mercado ou ajustes em produtos.
  • 10% – Inovações disruptivas: Investimento em ideias arriscadas e transformadoras que podem redefinir o mercado ou o modelo de negócio.

Dependendo do quanto essa tendência for inovadora, ela pode se encaixar no 20 ou no 10.

FERRAMENTAS: similar às tendências, o mesmo pode ser aplicado para ferramentas novas que surgem. O Framework 70-20-10 pode ser aplicado nesse caso aqui também.

A própria IA é um bom exemplo de uma ferramenta que entraria nesse fluxo, há alguns anos, ela entraria no 20, mas, atualmente, já pode ser considerada no 70, sendo essencial para todo negócio ter um braço focado em IA, seja de maneira manual ou integrada.

O VALOR DO DINHEIRO: também conhecido como juros, o valor do dinheiro geralmente determina quanto os investidores estão dispostos a investir no mercado. Esse fenômeno determina quanto as empresas estão dispostas a usar estratégias de cash burn ou focadas em margem/eficiência.

Algumas coisas não mudam

Porém, há algumas coisas que não mudam com o passar do tempo. Elas são boas práticas que devem constar não só em estratégias de Growth, mas também em qualquer time que esteja envolvido.

TESTAR: isso já foi dito anteriormente em relação a experimentos. Não existe nada escrito em pedra no mundo corporativo de hoje em dia. A maioria das coisas deve ser testada e validada, mesmo pequenas hipóteses. Além disso, melhorias são descobertas por meio de experimentos constantes.

DOCUMENTAR: Aqui está um ponto que é subestimado, porque não entrega recompensas imediatas. Investir em documentação, além de gerar organização, poupa tempo e gera uma boa impressão para o mundo lá fora (outros times, lideranças, investidores, clientes etc.). Além disso, você terá registrado tudo o que foi realizado em prol do crescimento do negócio.

Isso não só gera uma biblioteca de conteúdo, como também poupa tempo no futuro, evitando que, durante mudanças de escopo, a mesma coisa seja feita repetidamente. Analisando a diferença entre grandes e pequenas empresas, você vai ver que geralmente, nas pequenas, a desorganização é uma regra.

APRENDER: uma empresa, como uma organização humana, deve também aprender. E, por mais que seja pregado por aí de que devemos aprender com nossos erros, os nossos acertos também devem ser passíveis de aprendizado.

Um bom framework para aprendizado constante é encontrado no livro Startup Enxuta:

ciclo Construir-Medir-Aprender é o processo central do método Lean Startup, focado em validar hipóteses e acelerar o aprendizado através de experimentação e aprendizado contínuo:

  • Construir: Desenvolver um MVP com o mínimo necessário para testar uma hipótese de valor para os usuários.
  • Medir: Coletar dados sobre o comportamento dos usuários e analisar métricas relevantes para validar ou refutar a hipótese.
  • Aprender: Usar os insights obtidos para melhorar o produto, iterar no modelo atual ou pivotar para uma nova direção.

POUPAR TEMPO: muitas das práticas citadas operam para que o tempo seja poupado no longo prazo, principalmente em questões de pouco impacto. Muitas vezes, precisamos fazer algo que demande certo tempo operacional no início, mas, no longo prazo, essas atividades devem ser otimizadas.

É necessário entender o que é importante para conseguir poupar tempo, porque o principal objetivo é economizar tempo em tarefas não importantes e triviais, permitindo o foco no que realmente importa.

Todo mundo conhece o princípio de Pareto (80/20), mas entender o que é importante no dia a dia é um grande desafio.

Como estudar Growth Marketing

Mas, se tudo depende do contexto e nada é escrito em pedra, como estudar Growth Marketing?Bom, eu vou deixar como eu estudo abaixo. Você pode aplicar o que fizer sentido ou ignorar tudo.

Mas, se você trabalha com Growth, eu recomendo que encontre uma forma de estudar o tema, desde que funcione para evoluir na sua posição.

OS FUNDAMENTOS: Os fundamentos devem ser algo que esteja sempre presente em qualquer profissional. Como profissionais de Growth, devemos saber 1 ou 2 frameworks ou modelos mentais para cada fundamento importante. (alguns deles foram citados na seção anterior).

Alguns exemplos:

  • Documentação: Brevidade inteligente, problema/contexto/análise/solução e 1pages
  • Experimentação/Priorização: ICE Score e roadmaps
  • Estratégia e metas: OKRs
  • Resolução de problemas: problem solving clássico,
  • Tomada de decisão: backcasting/pre-mortem e árvore de decisões

Essas “pílulas” ajudam muito nas questões do dia a dia, por isso é tão importante estudá-las.

OS QUESITOS TÉCNICOS: Quase todo profissional de Growth é ou já foi especialista em alguma função específica, geralmente a que ele iniciou. Eu, por exemplo, comecei com mídia paga, mas fui me aprofundando em outras coisas com o tempo. Nesse caso, você deve se aprofundar nas áreas técnicas que precisar no momento.

Um bom framework de desenvolvimento para profissionais de Growth é o T shaped, que define áreas de especialização e generalização:

T-Shaped Professional um modelo que descreve profissionais com um equilíbrio entre especialização profunda em uma área específica e conhecimento amplo em diversas disciplinas.

  • Habilidade Vertical (|): Representa a especialização profunda em um domínio específico, com conhecimento avançado e experiência prática (no meu caso, mídia paga)
  • Habilidade Horizontal (—): Refere-se ao conhecimento amplo em outras áreas complementares, permitindo comunicação e colaboração eficaz com diferentes equipes (no meu caso, CRM, design, tech, algoritmos, produção de conteúdo, SEO, etc).

FERRAMENTAS: o mercado pensa que devemos aprender novas ferramentas só quando mudamos de empresa. Mas, na verdade, hoje em dia, as ferramentas estão mudando até dentro da mesma empresa. Esse é um dos poucos pontos nos quais é necessário aprender rapidamente, considerando que o trabalho de um profissional de Growth é muito embasado nas ferramentas que ele atua.

Como eu gosto de estudar ferramentas:

  • Contato: quanto mais próximo você fica de algo no seu dia, mais você aprende aquilo. Então, se quiser aprender sobre uma ferramenta, use-a, mesmo sem saber. Coloque-se em um contexto onde as mudanças que você faça não reflitam nos resultados reais.
  • Objetivos concretos: se você não sabe usar um software, por exemplo, ir pelo caminho de estudar todas as funcionalidades não é algo que eu recomendaria. O melhor caminho é definir algo concreto que você pode fazer e focar nas funcionalidades para cumprir apenas esse objetivo. Fazendo isso várias vezes, você vai aprender o que é importante para sua função.

COMO ACOMPANHAR: você vai precisar acompanhar resultados sempre, porque eles balizam suas ações. No entanto, não basta apenas acompanhar resultados. Você precisa também realizar análises e tomar decisões com base nessas análises. Com base nisso, você vai precisar desenvolver algo que não existe nos livros: senso crítico.

O processo de tomada de decisão com base em dados funciona mais ou menos assim:

  1. Estímulo/Acontecimento: algo acontece (o que)
  2. Análise: com base no que aconteceu, você precisa entender como aconteceu (como)
  3. Conclusão: com base na análise, você entende o porquê aquilo aconteceu (porquê)
  4. Plano de ação: você agora precisa mudar alguma coisa para gerar outro estímulo

É com base em infinitos ciclos desse que a evolução acontece. Porém, eles só funcionam quando você tem senso crítico para os passos 2 e 3. Se você não entender para onde está indo, qualquer lugar para onde chegar bastará.

Para desenvolver senso crítico você precisa realizar muitas análises e receber feedbacks de uma pessoa que já é desenvolvida nesse ponto.

CASES: talvez os cases sejam uma das melhores formas de estudar GM, porque eles fornecem algumas coisas que metodologias formais de estudo não fornecem.

  1. Repertório: para quem tem um martelo, tudo é prego. Você aprende outras formas de resolver questões do dia a dia.
  2. Como bons profissionais pensam: é difícil aprender problem solving sem entender como bons resolvedores de problemas pensam. Cases possibilitam isso.
  3. Tempo: ao entender como outras pessoas resolveram problemas que você tem ou pode ter, você ganha o tempo que estaria procurando formas de resolver esse problema sozinho.

Algumas considerações

Bom, esse foi o maior artigo que eu já fiz haha, então vou deixar alguns comentários finais:

  • Colocar os fundamentos como coisas obrigatórias é melhor do que focar em coisas que todo mundo diz que é importante agora
  • Feedbacks constantes e contato com boas pessoas é a melhor forma de aprender Growth Marketing
  • Você não vai aprender Growth Marketing (apenas) lendo livros e fazendo cursos
  • Ser um first mover não necessariamente te faz ficar no topo por muito tempo
  • Testar, testar, testar. Aprender, implementar o que aprendeu e repetir pra sempre
  • Frameworks e modelos mentais são interessantes, mas apenas eles não te colocam como um bom profissional
  • Na maioria das vezes, um bom profissional de Growth não é 100% especialista
  • Nem tudo o que tá funcionando funciona, nem tudo o que não está funcionando não funciona
  • Desenvolvimento constante > especialização extrema

“Vejo consistentemente pessoas que não são as mais inteligentes, às vezes nem as mais diligentes, subindo na vida – mas elas são máquinas de aprendizado. Elas vão para a cama todas as noites um pouco mais sábias do que eram quando se levantaram, e olha, isso ajuda, especialmente quando você tem uma longa jornada pela frente.”

Muito obrigado. Até a próxima.

Fontes que usei para escrever esse artigo

  • Startup Enxuta – Eric Ries
  • Ideias que colam – Chip & Dan Heath
  • Breakthrough Advertising – Eugene Scwartz
  • Avalie o que importa – John Doerr
  • Growth Hacker Marketer – Ryan Holiday
  • Marketing de Permissão – Seth Godin

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