Recentemente eu ouvi pela primeira vez uma música nova de um artista que admirava muito. Era boa, mas eu ignorei. Depois, esse artista postou um vídeo falando sobre a música. Esse vídeo continha um ingrediente que me fez viciar nela.

A música não mudou, mas um complemento essencial fez com que eu me viciasse nela.

E é esse ingrediente que tem o poder de deixar tudo melhor.

A PRIMEIRA IMPRESSÃO: nós tendemos a julgar as coisas pelas primeiras impressões que temos e (infelizmente) levamos essas opiniões pro resto da vida. Mas, é necessário gastar um pouco de energia mental para revisitar essas opiniões e ver se realmente fazem sentido. E uma boa maneira de revisitar essas questões é através de suas histórias ou do entendimento do contexto que nos fizeram criar as primeiras impressões.

HISTÓRIAS: se você entende o contexto por trás das coisas parece que você cria algo a mais por aquilo, tendendo a gostar ainda mais dessas coisas. E esse é o ingrediente que deixa qualquer coisa que você cria ou faz melhor: contar histórias ao redor.

• Tendemos a gostar mais de músicas que envolvam histórias por trás
• Gostamos de coisas que geralmente entendemos (ou achamos que entendemos)
• Se identificar com algo faz com que você goste ainda mais dele

Fatores que te fazem amar histórias

CONTEXTO/PROXIMIDADE: como eu disse anteriormente o contexto por trás de algo pode te fazer ter sentimentos mais fortes (sejam positivos ou negativos), mas esses contextos te trazem mais perto das coisas que você consome. Essa proximidade é um dos motivos que histórias funcionam tanto para aproximar as pessoas.

VOCÊ PAGA PRA OUVIR HISTÓRIAS: direta ou indiretamente você paga para ouvir histórias, porque elas estão em todos os lugares: filmes, séries, álbuns e conteúdos.

• Estamos sempre querendo assinar mais um streaming
• As redes sociais são geradores de histórias e sempre estamos ligados
• Inconscientemente achamos que somos “amigos” dos influenciadores por ter tanto contexto da vida deles (e eles fazem isso nos contando histórias)

IDENTIFICAÇÃO: outro motivo que faz histórias serem tão úteis para criar proximidade com o público é porque as pessoas se veem nas situações expostas. Se um influenciador conhece seu público tão bem a ponto de contar histórias próprias de uma forma que as pessoas se vejam ali, isso vai fazer um trabalho de aproximação incrível.

Como contar uma boa história

Não existe fórmula mágica para contar uma boa história, mas existem estruturas para adequar. Este é a estrutura mais geral:

AMBIENTE: o ambiente é a primeira coisa que você precisa se preocupar ao contar uma história. Ele vai definir o contexto inicial e vai colocar o público dentro do mundo que você o está introduzindo. Os principais fatores do ambiente são:

Público alvo: quem você quer que ouça essa história? (Pode ser sua persona)

Localização: onde a história vai se passar?

Personagens: quem é o protagonista? Quais são os coadjuvantes? Quem é o antagonista?

Objeto de desejo: o que o protagonista está procurando? O que faz com o que a história comece?

Por exemplo, em Clube da luta, o ambiente é a vida do protagonista (o trabalho, os grupos, sua casa e viagens). No início já é possível ver alguns personagens chave: Marla Singer e Joe. O objeto de desejo inicial é curar sua insônia, que acaba se tornando algo a mais depois.

ESTRUTURA INICIAL: essa estrutura vai girar ao redor do objeto de desejo.

• Incidente incitante: qual o evento que faz com que o usuário tenha seu objeto de desejo?
• Ação lógica: qual a primeira ação lógica que faz com que o protagonista busque o objeto de desejo?
• Primeira reação: geralmente essa ação lógica não funciona, o que acontece para ela não funcionar?

Em Clube da luta, o incidente incitante é a própria insônia do narrador. Sua primeira ação lógica é buscar os grupos de apoio como medida paliativa, até que como reação Marla Singer aparece em todos, fazendo com que a insônia volte.

DO MEIO PRO FINAL: nesses momentos, a história evolui e quase todo o contexto é explanado, chegando ao clímax e posteriormente no final.

• Escolha na crise: depois de varias ações e reações, geralmente o protagonista precisa fazer uma escolha em meio a uma crise.
• Clímax: o clímax é o ápice da história, que antecede o final. É o momento que todos esperamos.
• Consequência (final): o fechamento tem a consequência de suas ações e escolhas, nem sempre sendo feliz.