Imagine só a situação: você, iniciante, sem saber exatamente o seu nível de conhecimento e ansioso para começar a trabalhar. Assim era como estava me sentindo quando comecei a estudar sobre tráfego pago e ainda não tinha confiança para procurar o primeiro cliente de tráfego.
Quando eu comecei de fato, tinha feito alguns anúncios para meus próprios projetos, gastava pouquíssimo por mês e tinha uma grande carga de receio em começar a anunciar para outras pessoas.
Quando um erro recai sobre você, é simples de aguentar. Mas quando recai também sobre outras pessoas, a queda é maior.
Mas, a oportunidade veio e consegui meu primeiro cliente. Esse pequeno primeiro passo foi o que me trouxe até onde estou hoje.
O que eu sabia antes de prospectar o primeiro cliente
Remuneração
Quando estava ainda na minha fase de aprendiz de tráfego, eu só queria contato com a ferramenta, não estava interessado em remuneração. Então, eu sabia que o meu primeiro cliente seria um poço de aprendizado e que não teria nenhum ou até pouco retorno financeiro, porque simplesmente não estava buscando isso.
Sem autoridade
Eu ainda não tinha a autoridade o suficiente para cobrar ou prometer resultados relevantes. Então, a honestidade nesse momento se somou a vontade de aprender. Lembro de ter sido 100% honesto em dizer que estava iniciando minha jornada e estava com muita força de vontade para aprender e iria fazer de tudo para obter bons resultados.
As etapas de consciência
Por mais que a gestão de tráfego e os anúncios online seja um assunto consolidado, há também muitos negócios e pessoas que não conhecem. Por isso, é necessário adaptar seu modelo de prospecção de acordo com a consciência do cliente em relação ao assunto:
- Inconsciente do problema
- Consciente do problema
- Consciente da solução
Então, eu criava tratativas diferente depois de identificar a etapa em que o potencial cliente estava. Uma abordagem mais explicativa na etapa 1 e uma mais direta na etapa 3, onde ele só está interessado no serviço.
Esse tipo de prospecção com base na etapa de consciência pode ser aplicado para qualquer negócio, não só para marketing digital ou tráfego pago.
O cliente
O meu primeiro cliente, de fato, foi um amigo que possui um empreendimento familiar de Delivery de comida. Eu, que já falava um pouco com ele sobre minhas aspirações de marketing e negócios, ofereci o serviço de tráfego pago, trabalhando de graça.
Quando se trata de tráfego pago, o trabalho de graça não é lá a coisa mais atraente para um negócio, pois, de toda forma, ele vai ter que tirar dinheiro do bolso. E quando esse negócio está na etapa de “inconsciente do problema”, acaba sendo um desafio também trabalhar de graça.
No meu caso, a empresa do amigo já estava anunciando internamente, mas o responsável tinha tantas tarefas que foi bom para a empresa ter me deixado inteiramente a par disso.
Eu fiquei sem receber por alguns meses e, por iniciativa do próprio negócio, comecei a ser remunerado posteriormente devido ao bom trabalho.
O processo
No início, eu não tinha confiança para ousar e testar tanto nos anúncios. Fazia algo mais conservador e possuía uma desconfiança, já que eu tava mexendo com um dinheiro que não era meu. E, por mais que dedicasse a maioria do meu tempo para estudar e aplicar todo o conhecimento da melhor maneira possível buscando resultados, nem tudo saía como desejado.
Das áreas do marketing, o tráfego pago é uma das mais complicadas de se trabalhar com pessoas. Primeiro, você lida com dinheiro alheio e situações as quais dinheiro pode ser desperdiçado pode sempre gerar problemas. E segundo, é algo que funciona diferente para qualquer negócio e nem todo negócio quer ficar 6 meses gastando dinheiro em teste até que comece a ter retorno de fato.
É por isso que o gestor de tráfego que só aperta botões e diz “sim” pode desistir bem rápido.
Abaixo, mostro o processo onde saí da insegurança de mexer com o dinheiro alheio até o ponto onde ganhei 100% da confiança de vários negócios, onde raramente havia questionamentos sobre como o dinheiro deles era gerenciado.
1 – Insegurança
Como falei anteriormente, no início eu era tomado por uma maré de insegurança. Acima de tudo, lidar com o dinheiro de outra pessoa, mesmo que seja um amigo, é algo complicado.
Devido a essa insegurança eu testava pouco, era mais conservador nas campanhas, tinha um imenso controle de gastos e meus resultados eram na média. Com isso, você pode ver a correlação entre testes constantes e bons resultados.
Mesmo assustado, chegou um momento onde errei, e deixei uma campanha rodando mais do que necessário, gerando um gasto maior do que o planejado. Foi nessa hora onde aprendi, no tráfego, a importância em ser responsável.
2 – Responsabilidade
Não é segredo pra ninguém quando digo que uma das principais características de um profissional, independente da área, é a honestidade. Quando se é honesto, a possibilidade de algo te pegar de surpresa diminui imensamente. E é um dos meus princípios e a minha recomendação é que também seja uma seu.
Depois de uma campanha que deu errado, por algumas dezenas de reais, eu me prontifiquei a restituir todo o valor que tinha passado do orçamento direto do meu bolso. Me responsabilizei pelo meu erro, me desculpei e prometi que faria de tudo para que, no futuro, não acontecesse novamente. Essa atitude foi um diferencial enorme na minha carreira.
A empresa aceitou minhas desculpas, não aceitou meu dinheiro e ainda aumentou a confiança no meu trabalho. Mas, isso não foi jogada de marketing, eu estava pronto para dar meu dinheiro para corrigir meu erro.
3 – Resultados
Aos poucos, duas coisas correlacionadas foram acontecendo: aumento de investimento por parte do negócio e bons resultados. Com mais dinheiro sendo investido, eu tinha mais espaço para testar (mesmo que pouco) e com isso, entender um pouco de como o público do negócio comprava.
Com esse aumento constante de investimento, principalmente para eventos e datas comemorativas, mais resultados começaram a surgir e fui imergindo mais dentro da empresa.
4 – Aproximação
Se você gera resultados, é de confiança e acaba sendo amigo do negócio, você vai se aproximando da parte estratégica. Depois de um tempo, eu já tinha acesso a dados que poucos funcionários tinham. Métricas de negócio.
É incrível que, para um gestor de tráfego experiente, as métricas de negócio dão um ótimo direcionamento para criar boas campanhas. E foi o que aconteceu.
5 – Confiança
No último estágio, eu já estava fazendo campanhas sem pedir. Sempre que queria testar algo, ia lá e fazia. Isso, porque eu estava olhando para a visão estratégia do negócio. Se eu testasse algo que poderia trazer um resultado imenso, que mal tinha isso?
Com isso, eu cheguei em um ponto em que muitos aspirantes a profissionais de marketing digital querem chegar, mas não imaginam o que uma pessoa com 100% de confiança de um negócio deve passar para possuir essa independência.
Muitas vezes, queremos chegar no 5 sem passar pelos outros pontos. O caminho é cheio de complicações e não ocorre de uma hora para outra. Talvez tenha um pouco de sorte envolvido, já que estava fazendo negócios com um amigo, mas se eu não tivesse aproveitado, não teria chegado aqui.
O meu primeiro cliente de tráfego está comigo até hoje, estamos olhando e buscando cada vez mais longe.
Nada paga o preço do crescimento consistente e da visão de expansão.